Sobre humanos
Oi, gente!
Eu andei pensando muito sobre pessoas ultimamente. Os seres humanos mesmo. E esses devaneios me levaram a ponderar sobre o que constitui o ser em humano?
Será que a cor de sua pele? Seu credo ou possuir um cérebro?
A psicologia comportamental, à luz de Skinner, analisa o cérebro de modo funcional, como apenas uma parte do corpo, semelhante ao estômago ou ao fígado.
Mas talvez não seja isso que torne o ser humano. Só ser pensante, não faz alguém ser vivo.
Na psicologia humanista, conforme dita por Carl Rogers, o ser é sua vida.
O que nos faz sermos humanos são nossas histórias nascidas da interação com o mundo.
Por trás de cada pessoa existe uma geração, uma vida e uma forma de vivê-la.
E não deixa de ser assim com quem vive na rua.
A ineficiência do estado, regente da moral da sociedade, cria uma ideologia na qual as pessoas precisam ser julgadas através de métricas de produção para serem categorizadas em classes.
Quando se olha esses rostos, esquece-se que há gente ali. História. E essa história quer dizer vida e precisa ser contada.
Muitos acham, nessa sociedade consumista, emprestando ideias de Bauman, que essas pessoas deixaram de serem importantes, ou não tem serventia, por não serem categorizadas nos meios de produção, o que as torna marginais. Às margens de um sistema que as colocou exatamente onde estão. Isso sustenta a ideologia.
Em tempos mórbidos, onde se vive na rua ou em favela por preguiça, esquece-se de ver os contextos, os privilégios e as histórias prévias.
Por esse motivo, eu sempre efervescente, me questionei muito e proponho, através desse projeto, dar voz às histórias da rua. Aos talentos que se perderam por quaisquer motivos e que podem ser até difíceis de explicar. Essa voz que todos precisam para serem respeitados pelo que são e não pelo que as ideologias os obrigam a ser.
Não estamos falando de vaidade, apesar de podermos até falar de autoestima, mas a verdade é que estamos falando de consciência. Para refletir que, ao passarmos na rua, não estamos passando por um pedaço de papelão ou um colchão, mas de um ser humano que carrega uma história e motivos que o levaram exatamente àquele lugar.
Por isso lhe proponho, com esse projeto, refletir, pensar e se questionar sobre humanos, que nós faz seres a partir de nossa história.
Bem vindo à contação de história de humanos!
*Colaboração de Erik Souza e Niriane Nascimento